Primeiros avanços da química
O
princípio do domínio da química (que para alguns antropólogos coincide
com o princípio do homem moderno) é o domínio do fogo.
Há indícios de que faz mais de 500.000 anos, em tempos do Homo erectus, algumas tribos conseguiram este sucesso que
ainda hoje é uma das tecnologias mais importantes. Não só dava luz e calor na noite,
como ajudava a proteger-se contra os animais selvagens. Também permitia o
preparo de comida cozida,
reduzindo microorganismos patogênicos e
era mais facilmente digerida. Assim, baixava-se a mortalidade e melhoravam as condições gerais de
vida.
O
fogo também permitia conservar melhor a comida e especialmente a carne e os peixes,
secando-os e defumando-os.
Finalmente,
foram imprescindíveis para o futuro desenvolvimento da metalurgia, materiais como a cerâmica e o vidro,
além da maioria dos processos químicos.
A química como ciência
Os filósofos gregos Empédocles e Aristóteles acreditavam
que as substâncias eram
formadas por quatro elementos: terra, vento, água e fogo.
Paralelamente, discorria outra teoria, o atomismo,
que postulava que a matéria era formada por átomos,
partículas indivisíveis que se podiam considerar a unidade mínima da matéria.
Esta teoria, proposta pelo filósofo grego Demócrito de Abdera, não foi popular na
cultura ocidental, dado o peso das obras de Aristóteles na Europa. No entanto,
tinha seguidores (entre eles Lucrécio) e a ideia ficou presente até o princípio da Idade Moderna.
Entre
os séculos III a.C. e o século XVI d.C a
química estava dominada pela alquimia.
O objetivo de investigação mais conhecido da alquimia era a procura da pedra filosofal, um método hipotético capaz de transformar os
metais em ouro e o elixir da longa vida. Na investigação
alquímica desenvolveram-se novos produtos químicos e métodos para a separação
de elementos químicos. Deste modo foram-se assentando os pilares básicos para o
desenvolvimento de uma futura química experimental.
A
química, como é concebida atualmente, começa a desenvolver-se entre os séculos XVI e XVII. Nesta época estudou-se o comportamento e propriedades
dos gases estabelecendo-se técnicas demedição. Aos poucos, foi-se desenvolvendo e refinando o
conceito de elemento como
uma substância elementar que não podia ser descomposto em outras. Também esta
época desenvolveu-se ateoria do flogisto para explicar os processos de combustão.
Por volta do século XVIII a
química adquire definitivamente as características de uma ciência experimental.
Desenvolvem-se métodos de medição cuidadosos que permitem um melhor
conhecimento de alguns fenômenos como o
da combustão da matéria, Antoine Lavoisier, o responsável por perceber a presença do
carbono nos seres vivos e a complexidade de suas ligações em relação aos
compostos inorgânicos e refutador da teoria do flogisto, e assentou finalmente
os pilares fundamentais da química moderna
O vitalismo e o começo da química orgânica
Tão
cedo se compreendessem os princípios da combustão, outro debate de grande
importância apoderou-se da química: o vitalismo e a distinção essencial entre a matéria orgânica e inorgânica.
Esta teoria assumia que a matéria orgânica só podia ser produzida pelos seres vivos atribuindo este fato a uma vis vitalis (força ou energia vital) inerente na
própria vida. A base desta teoria era a dificuldade de obter matéria orgânica a
partir de precursores inorgânicos. Este debate foi revolucionado quando Friedrich Wöhler descobriu, acidentalmente, como se
podia sintetizar a ureia a partir do cianato de amónio, em 1828,
mostrando que a matéria orgânica podia criar-se de maneira química. No entanto,
ainda hoje se mantém a classificação em química orgânica e inorgânica, ocupando-se a primeira
essencialmente dos compostos do carbono e a segunda dos compostos dos demais
elementos. Os motores para o desenvolvimento da química orgânica eram, no
princípio, a curiosidade sobre os produtos presentes nos seres vivos (provavelmente
com a esperança de encontrar novos fármacos)
e a síntese dos corantes ou tinturas.
A última surgiu depois da descoberta da anilina por Runge e a primeira síntese de um corante artificial
por Perkin.
Depois
adicionaram-se os novos materiais como os plásticos, os adesivos,
os cristais líquidos, os fitossanitários,
etc.
Até
à Segunda Guerra Mundial a principal matéria-prima da
indústria química orgânica era o carvão,
dada a grande importância da Europa no desenvolvimento desta parte da
ciência e o fato de que em Europa não há grandes jazidas de alternativas como o petróleo.
Com o final da segunda guerra mundial e o crescente peso dos Estados Unidos no setor químico, a química orgânica clássica
se converte cada vez mais na petroquímica que conhecemos hoje. Uma das principais razões
era a maior facilidade de transformação e a grande variedade de produtos derivados
do petróleo.
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